quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ARDENTE ESPERA


Categoria: Conto


Magna chega do trabalho cansada, seus olhos tristes percorrem a praia deserta. O céu escuro denuncia uma tempestade que se avizinha. As recordações tomam conta da sua mente... Fora ali, naquela aldeia de pescadores que ela havia sido feliz com Marcos, um jovem sonhador que vivia de pintar os mais variados temas em seus quadros, e viveu também para amá-la loucamente, mas que um dia saíra da vida dela sem nenhuma explicação, sem sequer dizer-lhe um adeus, mas que desde então, ela continuava a esperá-lo, pois algo lhe dizia que ele ainda voltaria.
Os dias dela são sempre iguais, uma rotina tediosa que pouco a pouco envolveu-a numa solidão angustiante, da qual ela só consegue se libertar à noite, quando enlouquecida de desejos deixa-se mergulhar no delírio insano que a envolve por completo.
Nessa noite a chuva que ameaçava desabar cai como uma densa cortina entre ela e o passado. A chuva bate forte contra a vidraça, a trazendo de volta a realidade, inspirando-a para mais um ritual de amor.
Lentamente, diante do espelho Magna começa a se despir, seus olhos entristecidos observa a figura refletida, e nesse momento cenas do passado lhe volta à mente, e como num passe de mágica ela vê Marcos a despindo, peça por pena com a maior lentidão, sempre admirando e amando cada parte do seu corpo.
E foram em muitos desses momentos que eles terminaram fazendo amor debaixo do chuveiro ou então na banheira.
Um tremor percorre todo o seu corpo, ela sabe que não é de frio, , é o desejo fremindo dentro dela, é sempre assim quando ela se lembra dele e dos muitos momentos vividos. Sem pressa se dirige ao banheiro, precisa tomar um banho de imersão para relaxar. Deslizando sensualmente por entre as espumas, ela mais uma vez se pega a ensaiar os ritmos do prazer... Momentos depois, ainda coberta
de espumas, se dirige para o quarto. a cama parece convidá-la pra uma noite de delírios e prazer. 
Envolvida em seus loucos anseios, entorpecida pela embriaguez das suas fantasias eróticas, ela vê o tão esperado acontecer. Ela fica extasiada ante o que está por vir. De repente Marcos surge diante dela, seus olhares se cruzam e o desejo de ambos parece prestes a explodir. E entre sussurros e gemidos ela sente o deslizar lascivo das mãos dele por todo seu corpo, suas entranhas parecem em chamas.
A língua dele descreve um círculo em volta dos seus mamilos j´s entumescidos pelo desejo, quase levando-a a loucura. Marcos parece não compreender a urgência dela em explodir no prazer que ele tão bem sabe lhe induzir. Nesse momento Magna começa a explorar o corpo dele, ela sente que ele também está no auge, prestes a atingir o ápice da comunhão daqueles corpos sedentos de amor.
Magna suplica-lhe que a possua e quando ela se prepara para recebe-lo, desperta daquele delírio e descobre mais uma vez que estivera a sonhar.
E assim tem sido desde aquele dia em que ele partiu deixando-a no mais completo abandono. E ela tem feito de cada dia uma longa espera, de cada noite uma angustiante luta contra o desejo que a invade, vencendo suas forças, deixando-a louca na ânsia de uma entrega total.
Com o rosto banhado em lágrimas ela se levanta, olhando através da janela, vê a chuva que continua a cair e mais uma vez ela se lembra dele, as recordações lhe traz o momento em que se conheceram. Havia sido numa noite como aquela... Chovia muito e a casualidade os pusera frente a frente e como num conto de fadas eles viveram felizes até aquela tarde quando ela voltara para casa e não o encontrar. Ele abandonara até os quadros que ele havia pintado com tanto amor, a pintura era sua grande paixão, talvez por isso ela tinha esperanças que ele ainda iria voltar e tudo voltaria  a ser como antes.
Ela sai da janela... O barulho da chuva parece ferir-lhe a alma, e ela continua a pensar no Marcos e sem se dar conta do que está fazendo, abre a porta e começa a caminhar debaixo da chuva, esquecida que estava completamente nua, envolvida pela bruma.
Sente a água escorrer pelo seu corpo, mas nem assim consegue aplacar um pouco a chama que lhe devora a alma. Continua a caminhar sem rumo. a praia é deserta e os pescadores moram um pouco distante do seu chalé. Porém nesse momento ela percebe um vulto se aproximando, apesar da escuridão ser intensa, na verdade ela mais sente do que vê, e o mesmo já está bem próximo dela e sem querer acreditar, julgando estar sonhando, na certeza de ser mais um momento de desvario, olha pasma para ele.
Sim, ele voltara afinal, ou estaria a delirar mais uma vez? Mas Marcos se aproxima, nada fala, apenas a toca nos ombros e as suas mãos ousadas deslizam por todo o corpo dela. O beijo exigente a faz entregar-se trêmula de paixão. Nada mais há a fazer, nada a perguntar. 
Lentamente ele a deita na areia, esquecidos do temporal, e entre carícia e gemidos ansiosos, ele com a sua língua sedenta, vai deixando um rastro de fogo por todo aquele corpo já tão incendiado pelo desejo. E é com satisfação que ela sente a rigidez dele lhe penetrando e o seu gozo é um grito de liberdade dos seus cindo sentidos que ecoa livremente pelo espaço rasgando o silêncio da noite.

Gábata Almenon

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Os Homens da Minha Vida


Primeiramente falarei do meu pai
Era um homem simples porém arrogante
Os seus cuidados da minha mente não sai
Esse homem foi para mim muito importante
Me lembro de como eu era pequena
E ele sempre tão cuidadoso e seguro
Em suas brincadeiras alegres e serenas
Sempre me alertava quanto ao meu futuro
(Nilson)
Já você, foi o meu despertar inocente
Minha primeira experiência de namorado
Esses são momentos comuns a tanta gente
E que no tempo nem sempre fica gravado
E foi algo sempre tão bonito e delicado
Nos cuidados para as regras não infringir
Talvez por isso no tempo eu o tenha guardado
Pois era grande a preocupação em não ferir
(Antônio Carlos)
Mas quanto a você que foi o meu primeiro amor
E na verdade não foi o meu primeiro namorado
Você que sem nenhum cuidado tão cedo me magoou
E transformou meu viver num mundo desencantado
Pois foi você o maior dilema que eu um dia vivi
Você foi na minha vida, arrebatamento e adoração
Foi você um deus que eu nunca duvidei,e sempre cri
E que vi na minha vida, se transformar em obsessão
Você não foi apenas o meu primeiro e grande amor
Também o tive como professor de todos os sentimentos
Por sua causa tornei-me então, esfinge do desamor
E quase me vi sucumbir em meio a tantos sofrimentos
(Meu esposo)
Mas nesse meio tempo conheci uma linda criatura
Que me chegou num dos piores e tristes momentos
Tinha em seu jeito um pouco rude, uma alma pura
E com seu modo simples tentou aliviar meu tormento
Mas alí havia muita simplicidade para então entender
Toda a extensão dessa amargura que havia em minha vida
Pois não era tão fácil aceitar que ainda havia um você
Que ainda me magoava com todas as lembranças vividas
Mas foi em meio as muitas e sempre grandes decepções
Que a vida me ensinou de um jeito um tanto quanto abrupto
Que não se vive apenas de grandes ou pequenas ilusões
Mas que se pode transformar em meigo o que também é bruto
(Meu amigo Sérgio)
E quando foi um dia, para amenizar o meu sofrer
Surgiu um homem,para me fazer em algo mais acreditar
Pois foi quando eu tive a chance de lhe conhecer
Que eu pude descobrir uma nova e pura forma de amar
E foi nesse meu momento de pouco interesse pela vida
Que ela me presenteou com este ser que adoro até hoje
Um amigo, homem perfeito, que ao me ver tão perdida
Com carinho minha vontade de viver de volta ele trouxe
E foram esses os principais homens da minha vida
O primeiro que além de me dar a vida também me ensinou
Que as situações que a nós pela vida é trazida
Deve-se lutar,pois o próprio Jesus seus braços não cruzou
Já o segundo passou tão rápido que as vezes penso por fim
Que são homens assim que podem ou não nossa vida marcar
Porém as vezes refletindo sinto, que este foi para mim
Um exemplo saudável e seguro para no futuro me recordar
Mas e quanto a você? que conheci como meu primeiro amor
Idolatrei-o como um deus e deixei que invadisse meu coração
Como fui tola... Eras apenas de barro e logo você se quebrou
Me deixando conhecer toda a amargura existente na solidão
E como em todas as grandes histórias sempre surge um herói
E este, nem sempre cria uma situação que a todos favoreça
E muitas vezes por esquecer que o ciúme a tudo destrói
Sem pensar vai fazendo das suas dúvidas a sua maior certeza
Mas aquele que se tornou amigo, sempre gentil e protetor
Que abraçou-me nos meus momentos de incertezas e agonias
Um homem de fibra e que apenas com a verdade me mostrou
Que na vida se pode salvar sentimentos e buscar alegrias
Um alguém que me aceitou com ternura, sem me questionar
Que me ofereceu uma amizade sincera e um ombro amigo
Onde busco consolo e sempre que preciso vou me refugiar
Um amigo que me trouxe para a minha vida outros sentidos
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Mas os anos foram passando, amargos e cheios de dor
E houve ocasiões em que pensei que ia enlouquecer
Foi quando o destino de repente na minha vida colocou
Uma pessoa que iria mudar completamente o meu viver
Foram poucas semanas onde eu conheci sem contestar
Tudo o que é necessário na vida de uma mulher
O pai, o amigo, e por fim o amante, para me mostrar
Que tudo é possível quando realmente ainda se quer
Foste como um pai, presente que eu poderia querer,
O amigo de todas as horas que eu podia contar
Depois tive nos braços o amante imaginário, você
Que foi capaz de meus sentimentos despertar...
Foste o homem completo que um dia na minha vida surgiu
E confesso que por mais que eu tentasse não conseguia entender
Que eras o bem mais caro e precioso que um dia sentiu
Todo o drama que eu não conseguia me livrar, só mesmo esconder
E me mostraste com tua experiência e sabedoria
Que eu ainda poderia sentir pela vida amor e prazer
E na tua voz encontrei refúgio e bem mais alegria
Nas tuas mensagens o prazer pelo simples querer...
Mas rápido te foste de mim... Assim como chegaste
Mas deixaste um grande aprendizado em minha vida
Por amor te aceitei e com amor me transformaste
E infeliz ou não, me livrei das tristezas e me fiz atrevida
E foi assim que no meu mundo, essa VIDA um dia chegou
Me transformando eu agora sei, para o melhor, ainda bem
De saudades ainda sinto o meu peito doer, é que acabou
Mas aqui encerrei o meu quinhão de dor e de prazer também
E foram esses os homens que um dia muito me ensinaram
Uns me deixaram sorrir e outros que me fizeram chorar
Simples mortais que em deuses por mim foram transformados
Homens simples, rudes, gentis, e que também souberam amar


Mas foi com todos eles que eu um dia pude entender
Cada um dos sentimentos que regiam meu coração
Pois desde o mais simples deles eu consegui aprender
Que o verdadeiro e perfeito viver não passa de ilusão

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ÉS TU SENHOR...




Esse barulho de chuva me transporta para outros momentos... Fecho os lhos e parece que estou me vendo, com as mãozinhas pregadas no vidro da janela observando as águas da chuva que desciam pela rua em certos lugares fazendo ondas, quando encontrava algo pelo caminho. E é exatamente como essas águas que rolavam que eu tem me sentido ultimamente... Sendo levada pela vida, mas conseguindo ultrapassar os obstáculos que vão me surgindo.
Sorrio diante das lembranças que vão me chegando... Lembro de mim chorosa (acho que sempre fui manhosa), pedindo ao meu pai para ir brincar na chuva, e ele, explicando que não podia, eu insistia e ele um pouco alterado disse-me que eu não ia, que não insistisse e mediante aquela recusa que não admitia mais apelações, desviei o olhar dele e voltei a concentrar-me nas águas caudalosas que pareciam adquirir mais força e com um profundo suspiro exclamei: - Ah se eu fosse filha de mulher da rua!...
Meu pai se aproximou de mim e o que ele disse não lembro, mas pelo que conheci dele, com certeza foi: - Não faria a menor diferença se eu fosse o seu pai.
Volto ao presente... Olho a chuva que continua a cair e penso: - Hoje ao sair para caminhar, o céu estava limpo, até parece que Deus sempre se aproxima mais de mim quando me sente um pouco triste. E essa brisa suave que me vem, parece dar-me um abraço... Exatamente como meu pai faria se eu o tivesse aqui... Mas um vento um pouco mais forte nesse exato momento me faz refletir e eu agradeço. Obrigada meu Deus, eu seu que És tu me abraçando, pois essa paz que tem me acompanhado esses dias e que agora se intensifica só tem uma explicação... És Tu me mostrando que Estás comigo em todo tempo e lugar., e por certo, em muitas ocasiões quando eu fui tomada pelo desespero, foi exatamente nesses momentos que em Teus braços me carregaste.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

UMA PAZ IMENSA


Um cheiro de mato verde impregna o ar... Saio para a varanda e vejo que o zelador está roçando a grama do estacionamento. 
O odor me leva a um longínquo tempo, um tempo onde às quatro horas da manhã já estava com o meu pai no curral, olhando as vacas sendo ordenhadas. Fecho os olhos e parece-me sentir ele se aproximando trazendo uma caneca de leite fresquinha e me entregando.
Volto o meu pensar para o presente... Agora, já não há fazenda para ser visitada, não há o cheiro inconfundível de terra molhada no inverno nem poeira sufocante nos tórridos verões, quando o gado passava cavalgando em trote rápido.
E dolorosamente vejo que o tempo já não me permite mais certas coisas... Como eu queria gritar pelo meu pai e ao vê-lo acorrer em meu auxílio, jogar-me em seus braços e pedir-lhe que estanque o sangue que está a jorrar da minha alma... Como tantas vezes o fiz ao cair e me machucar.
Mas hoje é diferente... O máximo que consigo é deitar a cabeça no travesseiro, sufocando a minha dor e gritando calada toda a amargura que invade a minha alma.
Não, ninguém pode saber a dor imensa que eu sinto, ninguém pode estancar o sangue que escorre do meu coração ferido.
E de repente, como se fosse possível meu desejo ser realizado, sinto uma brisa suave que me traz uma calmaria jamais imaginável, e esta, toma conta da minha mente, da minha alma, e olhando para dentro de mim, percebo estar afogando naquele chaga imensa toda a dor que me ferira. O sangue é estancado... Não importa a idade que tenho, pois o meu espírito infantil mais uma vez desperta dentro de mim... O sorriso que em mim reaparece me dá força e coragem para enfrentar o que a vida ainda possa me trazer.

Sinto uma paz imensa... Essa mesma paz que Tantas vezes busquei no mar, ao olhar  um por do sol ou mesmo  o nascer do mesmo, ou quando eu simplesmente ficava a olhar aquela imensidão d'água sem nunca imaginar que  muitos mares  daquele tamanho iria surgir na minha vida... Mas que seria apenas iguais em imensidão...
 Mais eis que a paz que surge hoje em minha vida, supera toda angústia de felicidade perdida, me dando novo ânimo para continuar a minha jornada, mas sabendo que estou preparada para ultrapassar os obstáculos que por ventura possam  surgir a cada curva dessa longa caminhada.

domingo, 19 de outubro de 2014

DEIXEI VIR À TONA...


Hoje, ao amanhecer saí para a minha rotineira caminhada, ao longe observei que o céu tinha uma parte de cor plúmbea, e desejei que se transformasse em chuva.
Continuei a caminhar deixando que meus pensamentos se atropelassem entre o ontem e o amanhã, sempre fugindo do meu inevitável hoje. Ao chegar à metade do caminho, a chuva caiu... Caiu rápida e com estardalhaço.
Levantei o rosto e deixei que aqueles pingos grossos batessem no meu rosto e isto acontecia até com uma certa violência... Mas logo os pingos sumiram por sob o forte aguaceiro que desabava sem sequer dar tempo das muitas pessoas que saíam para trabalhar, buscarem abrigo.
Sorri para a natureza... Abri os braços e deixei vir à tona a menina rebelde que há dentro de mim. Continuei o meu percurso sem prestar atenção em mais nada que não fosse aquela bátega que me fez esquecer por um momento da busca desenfreada do meu passado e do meu futuro, sempre desviando do meu presente
Com o espírito infantil liberto, sigo em frente sempre buscando as calhas dos prédios das lojas em verdadeiras cachoeiras, eu passava por baixo na maior euforia... Mas tal como chegou, repentinamente, ela também se foi... Assim como você... VIDA!
E sem mais razão pra manter a criança desperta, a recolhi e fiz o trajeto de retorno. O sol surgiu como uma bola de fogo no horizonte, me despertando para a minha realidade que insiste em permanecer... Em alguns momentos em sonhos... E em outros, em pesadelos.
Mas eu sinto que não irá demorar para que eu desperte para uma realidade que me fará viver o hoje, sem questionar o meu ontem nem deixar a ansiedade buscar o meu amanhã.

SE NÃO NESSA VIDA



Essa madrugada eu tive um estranho sonho
Após semanas sem conseguir dormir
Mas agora, nesses versos que componho
Pressinto que para mim desponta um belo porvir
A dor que me matava aos poucos... Morreu
Saudades... nesse momento já não sinto
O que canta em meu seio é a calma em apogeu
Tudo o que me provocava , tristeza foi extinto
E tranquila sorrio para mim diante do que sinto despontar
Em meu viver não haverá espaço nenhum para a dor
Muito da vida já perdi e sempre por me fazerem esperar
E hoje eu sei que mato em mim o perfume que quase exalou
Só quero que VIDA entenda o que pra mim um dia foi
Com certeza não permitirei mais que ainda volte a ser
E o que hoje eu adormeço, em nenhum momento depois
Haverá tempo para o despertar tão somente por você
Agora eu me sinto bem e não dependo de você para isso
As horas de angústia e espera releguei-as ao esquecimento
E o que julguei moralmente ter por você um compromisso
Hoje ponho um fim, até em tudo o que possa ser tormento
Que essa paz que me chega permaneça para sempre
Só desejo que consigas encontrá-la e te realizes também
Se o que julgasses tão real permanecer em nossas mentes
Nós a realizaremos... Se não nessa vida, em outra mais além

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

UM AFAGO


Não que eu queira rever meus conceitos
Mas algo realmente me chamou à atenção
Talvez se eu não tivesse tanta mágoa no peito
Com certeza Terias deixado feliz o meu coração
Mas creio que o que despertou a tua atenção
Foram por certo aquelas fotos expostas
Acho melhor tirá-las, pois tudo o mais é ilusão
Pois com certeza é da mulher da foto que gostas
Mas tudo isso até que não tem importância
É na verdade um afago no meu ego de mulher
Pois talvez se fosse em outras circunstâncias
Eu não teria por culpa de vocês perdido a minha fé
Mas agradeço a você meu amigo sempre gentil
Esse tremor que desses em minhas estruturas
Mas eu tenho um coração prisioneiro e até febril
Por causa de um sonho que não passou de loucura

ATÉ ME FIZ ATREVIDA


Acho que vou rir um pouco pra vida
Ou quem sabe, até dela rir também
Algumas vezes até me fiz atrevida
Culpa dos pensamentos sempre além
Pela vida já me fiz muito amada
Mas por ela também fui esquecida
Em muitas vezes me senti desejada
Mas também me senti enlouquecida
Hoje, quando olho para o meu ontem
Sinto ímpetos de no tempo querer voltar
Talvez as mágoas se fizessem ao montes
E eu só encontraria mais motivos pra chorar
Então que eu não torne a olhar para trás
Que vibre com o meu hoje que já chegou
O futuro me inspira um cuidado a mais
Mas é apenas medo do que chamei de amor

O TUDO QUE NÃO ACONTECE


Foram tantas as vezes que pensei
Que nada faria eu mudar meu jeito
E até mesmo o tudo que reneguei
Hoje grita calado em meu peito
Do amor eu só distância queria
Mas este um dia a mim chegou
Trazendo pra minha vida alegrias
E de repente entre nós tudo acabou
Passei pelo inverno de infelicidade
E chorei no outono que me chegou
Da primavera nem senti a vaidade
E sei que não terei do verão o calor
Foste assim... Como as estações do ano
De inverno a verão só as lembranças
Pois das estações só a mudança de plano
Que roubou de mim minhas esperanças
O tempo tem passado tão lentamente
Que as vezes penso que estou a sonhar
E do tudo que não aconteceu entre a gente
Ficaram as lembranças pra me torturar

MEU ATREVIMENTO


O céu de cor plúmbea está a me assustar
Ele prenuncia tempestades em meu viver
E bem sei que não terei forças para lutar
A não ser que o troféu oferecido seja você
Mas receio que isto não mais será possível
O perdi quando eu julgava que eras só meu
Você se foi, após um nosso momento aprazível
Momento esse que com o tempo em você arrefeceu
Hoje, procuro adormecer meus sentimentos
Pois vivê-los acredito que não mais poderei
Mas eu ainda conservo nesse meu atrevimento
A esperança de que este amor ainda viverei
Não importa o tempo que venha a passar
Uma parte de mim ainda lhe espera
Pois a outra parte não deixa de lhe amar
Meu todo o deseja, não apenas em quimera

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

MEU SONHO AINDA PERDURA


Hoje, estranhamente me sinto estranha
Já não há aquela dor rasgando minh'alma
Um paz diferente, bem diferente, me acompanha
E acredito ser ela quem me traz um pouco de calma
A dor que rasgava minha alma consegui adormecer
Acredito que só o tempo conseguirá tudo mudar
Já não há loucuras em meu pensar... Apena você
Que tenho certeza... Esse amor veio pra ficar
Que seja apenas em mim que ele faça morada
Pois é grande demais sempre dará pra nós dois
Por você eu sei que também fui muito amada
Mas infelizmente tudo pra nós foi ficando pra depois
No peito ainda bate uma contrafeita esperança
Na eterna esperança de ainda vê-lo pra mim voltar
Desejo rasgar o riso que te conquistou,esse riso de criança
No momento em que eu tiver certeza que continuas ame amar
Quisera acordar e descobrir que tudo não passou de pesadelo
Que esse louco e grande amor continua sendo só meu
Que meu sonho ainda perdura e que todo seu desvelo
Continuará sendo da forma que você sempre me prometeu

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

GUARDAMOS CALADOS



Estou só... Estranhamente só
Na alma paira um estranha gelidez
Na garganta vejo se formando um nó
Meu corpo tem do desconhecido a rigidez

Olho para trás nada consigo vislumbrar
Se olho para a frente só dor eu vejo
Onde deixei meu sorriso que vivia a espocar?
Se escondeu... Por certo teve do tempo, medo

O que fazer com a espera que nunca termina?
Onde embalar meus sonhos mais pueris
Nada no tempo e na minha mente se combina
Tenho o corpo a cabeça e a mente febris

Até onde conseguirei segurar esse martírio?
Ninguém a essa pergunta saberá responder
Continuarei vagando perdida nesse delírio
Que tem levado a minha vontade de vencer

Vencer essa agonia miserável e tão atroz
Que brinca, se rindo de mim e dos meus ais
Não sei que nome eu darei a isso tudo que nós
Guardamos calados na espera  de algo mais

QUERIA SUFOCAR UM GRITO CALADO


Há dias em que eu me sinto exatamente assim...
Queria escancarar de vez a minha alma
Arrancar de dentro dela tudo que faz mal a mim
E talvez eu pudesse recuperar a minha calma
Há dias que eu me sinto perdida... Como hoje
Parece que o negror da noite resolveu me abraçar
Do meu ontem, agora... Ainda sinto o sabor doce
Mas do ontem, hoje... Só a dor a me assaltar
Queria fechar os olhos, numa derradeira vez
E esquecer tudo o que na vida me machucou
Esquecer o que foi primário ou mesmo insensatez
E lembrar se alguma vez eu tive verdadeiramente amor
Queria sufocar um grito calado... Mas que não fosse tão calado
E deixar vir à tona todos os sofrimentos que realmente foram meus
E mesmo que eu tivesse a alma em tumulto e o pranto embargado
Pediria numa derradeira vez, apenas clemência ao meu bom Deus
E queria descer à terra sem pranto nem mesmo dor acompanhando
E talvez compreendessem o quanto foi triste aqui a minha passagem
Pois não puderam perceber o quanto foi amargo o meu pranto
Nem quão dolorosa foi a minha jornada que não passou de miragem

QUERIA TANTO MEU PAI



Eu hoje queria voltar a ser criança
Não ter nenhum tipo de preocupação
Ter no olhar o brilho da esperança
E na minha alma a mais pura canção

Queria recolher-me nos braços do meu pai
Homem sisudo, mais carinhoso quando preciso
Queria fazê-lo ouvir os meus temidos ais
E sentir o afago num abraço não repreendido

Quisera ter o meu pai todinho pra mim
Poder lhe falar da amargura que trago na alma
E senti-lo calmamente por na minha dor um fim
E senti-lo devolver-me minha tão sonhada calma

Mas não sou mais criança infelizmente
Nem tão pouco tenho meu pai a meu favor
Só me resta lutar contra esse mal, bravamente
Já que até mesmo desse mal não sei qual é a dor

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

TALVEZ POR ISSO



Pela longa estrada da vida
Muitos obstáculos encontrei
Mas eu sempre me fiz atrevida
E todos eles um a um ultrapassei

Mas nas curvas sinuosas do destino
Vez por outra eu quase me enganchei
Porém de tudo o mais difícil foi um menino
Que mexeu com minha vida e nele eu parei

Não falo de um menino criança, nada disso
Falo de um menino adulto, um grande homem
Mas eu era criança demais para entender isso
Mas na verdade, isso ficou perdido mo meu ontem

Nas longas e perigosas estradas da nossa vida
Sempre nos reserva grandes e pequenas surpresas
Nem sempre nos foi permitido arriscar novas investidas
Talvez por isso muitas vezes nossa vida se torna indefesa

ESPERTEZA SEM MEDIDAS


Nessa vasta escola do dar-se um jeitinho
Foram muitas as vezes que pude observar
Que ao traçar o enredo de certos caminhos
Muitas são as coisas que se fica a desejar
É uma tal de esperteza sem medidas
Nem parece que contas terão que ajustar
Até sinto pena de quem se achou merecida
Daquela dádiva ou favor ter conseguido ganhar
E haja gente metida a esperta nesse mundo
Eu só observo muitas vezes querendo entender
E fazem as coisas como se tivessem amor profundo
Pelo semelhante, como se fossem um seu bem querer
Nesse mundo de gente ambiciosa e interesseira
Muitos um dia ainda irão e muito se arrepender
E felizes daqueles que não levam tudo na brincadeira
E conseguem pagar o seu débito tempos antes de morrer