terça-feira, 11 de novembro de 2008

Quisera



Quisera eu ter nascido antes de ti
E poder desfrutar dos teus afagos
Ao invés do temor que me faz fugir
Com medo de atirar-me em teus braços

Por que as coisas têm que ser assim?
Poder te olhar e poder contigo sonhar
Podendo nesses meus sonhos te amar enfim
Pra sofrer depois toda vez que eu acordar

Mas esse meu destino sempre cruel e traiçoeiro
Te trouxe pra mim, mas, já era um pouco tarde
Pois fui eu que desditosamente nasci primeiro
Hoje eu pago o preço, por não poder amar-te

Mas nesse sofrimento o meu grande consolo
É sempre poder te ter nas minhas noites vazias
É poder serena te olhar, sempre olho no olho
Aquecendo assim a minha alma perdida e fria

E no despertar desse meu triste martírio
Penso que entre nós jamais haverá um adeus
Pois nem sequer podes imaginar o meu idílio
Nem os etéreos sonhos que são apenas meus

E pensar que maior se torna a minha dor
Por não poder confessar o que guardo calada
Por não poder viver essa história de amor
Nem permitir que por esse amor eu seja magoada

Destino triste e bastante cruel esse meu
Nasci antes de ti, mas isso já não importa
Se contudo a vida um pouco mais ainda me deu
Que é a chance de ver-te que meu peito conforta

E sempre haverá tempo para contigo então sonhar
Não importando o desgosto que comigo ainda guardo
Se nessa vida nunca poderei então assim te amar
Ao menos em sonhos poderei cometer esse pecado

E desse pecado não vou querer nunca remissão
Que seja este meu grande e eterno segredo
Continuar te amando calada e na minha ilusão
Levar esse amor adiante sem precisar ter medo



Medo que eu seja um dia por ti descoberta
Que sonho perdida em meio aos teus braços
Mas nesse céu que só o meu mundo empresta
Morro todo dia feliz no prazer desses afagos

Nunca ti será permitido, nem em pensamentos
Saberes desse amor assim tão grande e desigual
Sentimentos que escondo nos meus fingimentos
Pois seria loucura deixá-lo transparecer afinal

E guardo comigo cada olhar teu, cada traço
Cada toque sem toque que entre nós acontece
É quando acidentalmente sinto o teu braço
Fico imaginando como tudo seria se eu pudesse...

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