terça-feira, 7 de outubro de 2008

Saudade Louca


Mas que saudade danada
Parece queimar por dentro
Tem o tamanho do nada
Nasce e cresce desde o centro
Da minha alma entediada
Que parece rondar meus aposentos

Tem um cheiro bem conhecido
E uma aparência também
Que vive a impregnar meus sentidos
Me levando bem mais além
Esse tal sentimento esquisito
Perambula num constante vai e vem

Se manda mais que depressa
Quando te tenho ao meu lado
Parecendo estar em festa
Mesmo quando estás calado
E quando teu sorriso libertas
Se fazendo bem mais desejado

Como esta saudade é mesquinha
Quando não estás ao meu lado
Me sinto tão criança e sozinha
Cansada e com ares de enfado
Por saber que ela é só minha
E é grande a tristeza que guardo

E nesse meu silêncio tão aflito
Perdido em meio aos ocultos desejos
Vem na agonia desse anseio atrevido
Me revelar gritante como num lampejo
Que este sentimento já tão perdido
Também faz parte desse meu mêdo

E no silêncio do meu aconchego
Me parece teu sussurro ouvir
E nesse grande e insensato desejo
Nos braços abertos revela o fremir
Ee fecho os olhos me foge o mêdo
E os meus lábios volta a sorrir

E a esperança desse meu sonho
Acalentado nas frias madrugadas
Me leva nos versos que componho
A acreditar numa nova alvorada
Esquecendo esse medo tristonho
De não me sentir mais tocada

Esta saudade, que me deixa quase louca
De angústia em angústia as vezes me perco
Sonhando acordada com essa tua voz rouca
E de sonhos em sonhos eu sempre me vejo
Aguardando ansiosa os beijos que da tua boca
Aplacará o fogo insano desse meu febril desejo




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