quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Estações De Uma Vida

Ele foi como uma brisa acariciante
Que passou suave por um rosto
E como num sonho tocou aquela pele
Penetrando naquele corpo
Se infiltrando naquele sangue.
Ele possui um corpo, uma mente,um alma.
Tudo era cor, era brilho na vida
Daquela menina-moça.
Ele era a luz que iluminava o seu caminho
A mão que guiava seus passos.
Ele foi a primavera que transformou
Aquele botão-menina numa flor-mulher...
Os lábios dele colhiam o néctar
Que aqueles lábios inocentes ofereciam,
E o seu corpo febril, era o fogo
Para aquele pequenino corpo
Que só conhecia o inverno da vida.
Nos olhos dele ela viu espelhado o desejo
Que aos poucos ela foi conhecendo.
E o amor dele era a chama que jamais bruxuleava
Avivando mais e mais aquele puro sentimento
Que ela tão bem deixava transparecer.
Mas foi em plena primavera
Que a chama da alma dele se apagou
Extinguindo o calor do verão de suas vidas...
Este cedeu o seu lugar a um outono que lentamente
Se aproximava daquela existência,

Desfolhando lenta e dolorosamente as folhas
Do que poderia ter sido vida noutra vida.
O inverno desceu rapidamente sobre aqueles seres.
A tempestade do desamor destruiu os sonhos
Tirando a cor e o brilho que havia naquele olhar.
As águas que rolaram conseguiu desviar a luz
Que iluminava um caminho, arrastando consigo
A mão que guiava aqueles passos.
A chuva da incompreensão e do ressentimento
Que desabou sobre aquela jovem,
Despetalou a flor que um dia Ele fizera desabrochar.
Já não havia mais néctar a ser colhido.
Aquele corpo conheceu a frieza,
O desalento e a dor.
E resignada percebeu já não haver mais paixão na voz dele
O mesmo havia se transformado num vulcão extinto
E ela nun iceberg à deriva.
O vento uivante conseguiu apagar a chama
Que havia oscilado
Aniquilando por completo aquele louco amor.
Ela ficara só, envôlta pele infelicidade
Que passou a povoar a sua existência.
Sua alma perdeu o sossego,
Nela a saudade foi penetrando de mansinho
Sorvendo toda a sua paz interior.
O tempo foi passando e as marcas deixadas
Viraram chagas profundas, a espera
De que o tempo as cicatrizasse...
A saudade foi aumentando, e apesar de tudo
Ela se viu transformada numa sombra de mulher.
Em seu corpo foi deixado as marcas de um toque
Que ainda vive a lhe queimar a alma.

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